O USO DA Cannabis sativa PARA FINS MEDICINAIS

Green Cann

Cientista e Medico da Green Cann

A Cannabis sativa é citada em primeiro lugar de consumo dentre as drogas ilícitas. O uso da Cannabis e
os efeitos dos seus princípios ativos são indicados em diversos tratamentos clínicos. Objetivo do
presente artigo foi estudar a Cannabis sativa e seus derivados, para fins medicinais. Diante dos achados
é nítida a urgência na condução de estudos clínicos sobre o tema, visto que as perspectivas científicas
apontam os derivados da Cannabis sativa como uma opção de tratamento, melhorando a qualidade de
vida e proporcionando finais de vida mais dignos para alguns pacientes.

Em 1753, o botânico sueco Carolus Linnaeus cunhou o termo científico Cannabis sativa para a
maconha (como é popularmente conhecida no Brasil). É uma das plantas mais antigas de que o homem
tem conhecimento, com relatos de uso de mais de 4000 anos, quando foi mencionada na Farmacopeia
Chinesa. A Cannabis se propagou da China à Índia, para o norte da África, chegando à Europa cerca de
500 anos depois de Cristo e por fim à América do Norte. As principais utilizações, na América eram

como fonte de fibras, empregadas para confeccionar cordas. Seu óleo era utilizado na fabricação de
tintas, enquanto que as sementes eram usadas como ração para o gado (McGUIGAN, 2006).
Documentos históricos mostram que a maconha foi introduzida no Brasil na época das capitanias,
também com a utilização de suas fibras, porém estimava-se que a planta já fosse conhecida há mais
tempo, pelos primeiros escravos, que a utilizavam como hipnótico, mostrando assim que a droga
apresentava propriedades terapêuticas (MOREAU, 2008).
Apesar dos efeitos psicotrópicos e do risco de desenvolvimento da dependência pelo uso abusivo da
Cannabis, existe um debate contínuo sobre a possibilidade de legalizar o uso da Cannabis para fins
medicinais e descriminalizar o seu uso recreativo (CARVALHO; TAKAHASHI, 2014).
MÉTODOS
Trata–se de um estudo exploratório, por meio de revisão bibliográfica. O trabalho foi realizado através
das bases de dados LILACS, PUBMED e livros especializados selecionando cada artigo de forma
seletiva, com intuito de optar pelos que mais se enquadrassem no tema proposto, assim como os que
fossem mais atuais como forma de tornar esse estudo relevante ao meio científico. Para a busca de dados
foram utilizados os seguintes descritores: Cannabis sativa; Canabidiol; Canabinoides; Tratamento;
Medicinais.
RESULTADOS
A eficácia do uso da Cannabis sativa para fins medicinais foi posta em prova no estudo aberto realizado
em 1986 na África do Sul, que descreveu que doze pacientes internados em ambiente hospitalar tratados
diariamente com 200 mg de canabidiol puro não responderam ao tratamento para convulsão. Na mesma
direção, um estudo realizado na Grécia, apresentou relatos incompletos em que não foi observada
diferença entre placebo e uso de canabidiol em pacientes com resistência a outros tratamentos para
epilepsia (DEVINSKY et al, 2014).
Em contrapartida o Simpósio “Cannabis sativa L. e Substâncias Canabinóides em Medicina”, pioneiro
no Brasil reuniu em 2004 especialistas no assunto para discutir o uso medicinal da Cannabis, onde
vários dos presentes relataram suas experiências na liberação do uso da Cannabis de forma medicinal,
em países como Holanda, Nações Unidas e Áustria. Nestes países os avanços científicos deixaram
evidentes suas vantajosas propriedades medicinais (CARLINI et al., 2005)

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